Você escolhe - estratégia de risco

Entrei no site da Azul Linhas Aéreas Brasileiras para conhecer melhor esta nova empresa e me dei conta de quanto é arriscada a estratégia de deixar para o consumidor escolher o nome de um produto ou de uma empresa. A Azul entrou no mercado brasileiro sem marca e com a ação Você Escolhe, um concurso para a escolha do nome do negócio. Criou um site em que os internautas se cadastravam e sugeriam o nome. Dez deles formaram uma lista para, mais uma vez, o internauta participar e votar no seu preferido.
Tudo ótimo, a estratégia foi um sucesso, foram 108 mil cadastros, quase 158 mil sugestões de nomes e uma pilha de matérias na imprensa em torno do assunto.
Apesar dos resultados, considero a estratégia adotada muito arriscada. A empresa deixa a critério de pessoas comuns, que não pensam em tudo o que cerca uma marca, a definição do nome do seu negócio. Com uma rápida olhada na lista dos 10 nomes que foram para a lista final você vai compreender porque eu considero a estratégia arriscada. Como trabalhamos com assessoria de imprensa, não pudemos deixar de imaginar manchetes com aqueles nomes em momentos de crise.

O que dizer de uma empresa aérea que poderia se chamar Viva durante um acidente aéreo? Suponhamos que um negócio que leve o nome de Samba tenha dificuldades financeiras. Que tipo de manchete daria? E olha que Samba foi a marca mais votada!

Azul não foi o nome preferido pelos internautas, mas foi o escolhido pelo grupo de executivos da empresa, que, no fim, foi quem bateu o martelo.

Para finalizar, o site da empresa apresenta os 100 nomes mais sugeridos, os 10 mais votados e... os 10 mais engraçados. O que dizer para aquele potencial cliente que passou horas usando toda a sua criatividade que o nome dele não só não é bom como figurou entre os mais engraçados?