Estamos em Criciúma, Sul de Santa Catarina, e, como em outros lugares do Brasil, as notícias giram em torno da Gripe A. Vem uma atrás da outra e a gente não consegue mais discernir o que é suspeita, suposição, confirmação ou realidade. As pessoas só falam nisso e a impressão que tenho é que pessoas que formam o "grupo de risco" (como eu, grávida) estão cometendo total ato irresponsável ao saírem de casa.
E como pessoas com acesso à informação 24 horas por dias já não conseguem distinguir se é só pânico natural do ser humano ou se a situação é realmente grave, imagino como é difícil realizar algo em tempos de gripe A. Tomo como exemplo a situação de alguns amigos, que resolveram investir em eventos. Ficaram meses planejamento a ação de estreia da empresa nesta área e o evento, com palestrante nacional, cai justamente na semana em que há um pico de informações sobre a gripe A, com cancelamento de aulas nas escolas e orientação do poder público para que aglomerações de pessoas sejam evitadas. As rádios, os sites não param de tratar do assunto. E agora, o que fazer?
A decisão de nossos amigos foi de manter o evento - e acredito que tenha sido acertada. Porém, não deixarão de ter prejuízos. Para começar, é necessário um esforço extra de comunicação para simplesmente dizer que o evento está confirmado. A sensação deles é semelhante à minha - de que estão sendo irresponsáveis por manterem o evento. Mas, não estão, não. Cada um decide sobre sua vida. Quem comprou o ingresso e está assustado, que não vá. Mas, um compromisso foi assumido com o público, com o palestrante, com patrocinadores, com o local onde acontecerá o evento, com prestadores de serviço. Se houver o cancelamento, quem pagará esta conta?
E assim como o caso de meus amigos, muitas outras empresas e pessoas foram prejudicadas com o pânico e a histeria em torno da gripe A. Há quem esteja ganhando, mas são poucos, muito poucos. Só espero não ter que ler no futuro manchetes afirmando que a doença foi superestimada...